Acaba de ser divulgado pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos relativo a 2009. Em 26 Estados, foram monitorados 20 alimentos, selecionados pelos grau de consumo (IBGE), disponibilidade em supermercados e intensidade no uso de agrotóxicos. Alface, arroz, batata, cebola, feijão, laranja, morango, tomate, entre outros, tiveram amostras analisadas, para 234 princípios ativos, em laboratórios públicos e um contratado. Tudo feito com método, rigor e padrões científicos de base internacional. Analisadas 3.130 amostras, 907 (29%) foram consideradas insatisfatórias para consumo. Principais irregularidades: presença de agrotóxicos acima do Limite Máximo de Resíduos - LMR (2,8%); utilização de agrotóxicos não autorizados - NA (23,8%); e as duas irregularidades na mesma amostra (2,4%). As amostras acima do LMR evidenciaram aplicação em desacordo com as informações constantes em rótulos e bulas. Os NA indicaram substâncias impróprias para aquela cultura, ainda que aceitas em outras e, o pior: "amostra na qual foi aplicado um agrotóxico banido do Brasil ou que nunca teve registro no país". Campeões de incidência: pimentão (80%); uva (56,4%); pepino (54,8%); morango (50,8%). Os mais brandos: batata (1,2%); feijão (3,0%); banana (3,5%); maçã (5,3%). Assim, podemos estar comendo piretroide achando que é abacaxi; ditocarbamato como fosse alface; benzimidazol com cor de beterraba. Ou dourando organofosforados junto às cebolas. Alguém em dieta já notou a presença de endossulfam e clorpirifos na taça de palitinhos de pepinos e cenouras do couvert? E morfolina nas uvas da sobremesa? Todos não autorizados no Brasil. Via Terra.
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