Certamente cada um de nós, pelo menos uma vez na vida, refletiu sobre o amor. Essa energia que movimenta toda a humanidade, muito mais preciosa que o ouro, e de cuja existência às vezes se duvida. É procurada nos outros, em nós mesmos, nos livros e, quando não é encontrada, leva à dolorosa sensação de solidão. Comecemos nossa reflexão vendo o que "não é amor". Há uma confusão muito grande entre o amor verdadeiro e um produto similar chamado amor de troca - uma conduta usada como moeda, para dar direito a cobrar determinados comportamentos dos companheiros. Exemplo típico disso é a eterna cobrança: "Eu sempre cuidei de você, agora que preciso não o tenho comigo". O amor é uma energia que cresce dentro de nós e nos convida a estar com o outro. Quando estamos em estado de amor, torna-se inevitável agir de forma amorosa. Portanto, o outro, no fundo, faz-nos um favor ao se deixar amar por nós. O amor não é um convite à infelicidade. Quando, numa relação, as pessoas se sentem amarguradas, convém refletir cuidadosamente, pois o amor é uma energia que impulsiona para a vida. Quando estamos amando alguém, sentimo-nos vivos e em sintonia com o Universo. Amar não é viver assustado, procurando adivinhar o que o parceiro quer, para obter sua aprovação ou temendo o seu mau humor. O sentimento do amor nos dignifica e nos dá a verdadeira dimensão do nosso valor; faz-nos sentir que pertencemos à raça humana e que não somos meros complementos um do outro.
Roberto Shinyashiki
Roberto Shinyashiki
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