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22/10/2009

CORAÇÃO HUMANO


É um teatro que se apresentam todas as cenas, das mais trágicas às mais burlescas. È um manequim a que se acomodam todas as máscaras, a do tirano e a do hipócrita. É um instrumento em que todas as cordas vibram, e que nem sempre anda afinado. Umas vezes restrito e quieto, outras vezes amplo bulhento como uma hospedaria em que entram caras novas todos os dias. E nada lhe altera a natureza. Puro e sereno como o céu sem nuvens, negro e sombrio como uma noite de tempestade, é sempre o mesmo coração humano. Fala uma língua em que todas as nações se entende, mas de que ninguém pode fixar as regras. Aninha todas as virtudes e todos os vícios, tendo como moral sua, que o leva com igual impulso pelo bem ou pelo mal, para o fim almejado: a satisfação do eu. Aquilo mesmo que se combinou chamar abnegação, sacrifício, é o egoísmo depurado, a quinta-essência do gozo, que consiste em sofrer, para ter o prazer de evitar o sofrimento aquele a quem o coração se dedica. Eu creio que no coração humano há um germe de tudo que há de bom e de mau na natureza: o suco te todas as plantas, as que nutrem e as que matam; um pouco de todos os animais indistintamente, leões e cordeiros, o pelicano e o abutre, o que voam e os que se arrastam; as mariposas, que morrem na luz, e os vermes, que nascem na podridão. Como estranhar que ele seja sublime e covarde, adorável e repugnante, heroicamente grande ou microscopicamente mesquinho?

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